quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Fora do armário





O primeiro relato do Armário Público chegou até a gente, é do Osmar da Libertos Comunicação, que vai receber sua cópia em PDF do livro Cidade dos outros - Espaços e tribos LGBT em Belo Horizonte nesse fim de semana:

"Nunca estive no armário"

Eu poderia escrever algo sobre minha saída do armário, mas creio que ficaria meio sem graça, pois praticamente nunca estive. Sou do interior, Carangola, e sempre tive meus namoradinhos escondidos - e namorava garotas também. Mas, a paixão mesmo foi com um vizinho 8 anos mais velho. Eu tinha 8 e nossa relação - super secreta; eu achava que casal assim só existia eu e ele - durou até meus 14 anos, quando me mudei para a capital, Belo Horizonte.

Aí, uma vez na capital, cair no crime foi o passo mais fácil.Entretanto, sempre fui discreto nas minhas ações. Tudo sem alarde,sem propaganda, mas, posso afirmar que aos 15 anos eu deveria ser o maior corruptor de maiores que esta cidade jamais viu!

Hoje, namoro de maneira discreta, não gosto de dar pinta e de ninguém (pra namorar) que desmunheque mais que eu, a não ser alguns amigos e o povo dos palcos.Vim a ouvir falar da existência deste armário depois dos quarenta anos. E fiquei surpreso.
Claro, é mais que compreensível.

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Mande você também sua história de armário pra gente, estamos aguardando

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Armário Público


Pensamos em váaarias possibilidades de sobrevivência para esse blog e apesar de tudo, encontramos. Ao invés de publicar nosso livro em pedacinhos, optamos por uma via mais difícil. Para o leitor, claro. Na vibe das coisas colaborativas e tudo mais, gloriosamente lançamos a promoção Armário Público.

E de que se trata?


Quem estiver interessado em ganhar uma cópia PDF (!) do livro
Cidade dos Outros - Espaços e tribos LGBT em Belo Horizonte, deverá enviar a história de sua saída do armário pra gente. Nos comprometemos do fundo do nosso coraçãozinho a resguardar a identidade da pessoa. Os melhores serão publicados aqui, nos damos o direito de editar caso o texto esteja ininteligível. Se você não saiu do armário, ou simplesmente não tem armário, aguarde que um dia iremos disponibilizar o livro inteiro neste blog. Mas se você está dentro de um e quer ler com urgência esse guia às avessas da vida gay belorizontina, tire já suas letrinhas do armário e envie pra gente no casinhaexperimental@gmail.com.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Andaluz


O Andaluz Club Café é resultado de uma operação siamesa ao contrário, fruto da união entre o Andaluz Casa Bar e o Club Café, que funcionavam um ao lado do outro. A entrada da boate é pela área onde ficava o antigo café, a decoração é quase a mesma, com quadros exibindo corpos de forma artística. Um orifício, também conhecido como porta, liga essa parte à pista de dança, que ocupa todo o espaço de onde era o Andaluz. Fui lá no último sábado e aprovei a mudança, apesar das mil pessoas na porta e do milhão aglomerado do lado de dentro. Anteriormente, fora lá uma vez e tinha achado muito chato, com gente dançando em círculo para ter visão 360º das pessoas a serem pegadas ou não.

Dessa vez foi diferente, estava em grupo de amigos e amigos de amigos (entre eles uma travesti, que passa fácil por mulher). O cardápio musical ficou no arroz-com-feijão gay, com música eletrônica tipo "Set me free", divas da música pop e até um remix mal-sucedido de "If a were a boy" da Beyoncé. O mais legal de tudo são as pessoas, bastante desprendidas, felizes por natureza e que se pegam a vontade e não fazem muito carão (por mais surreal que pareça). Tinha até aquele vidente que fazia previsões na Sônia Abrão, lembra?? Ressalva para o uso excessivo de bonés, que alguém explica porquê ainda se usa isso de noite. De resto, se você estiver interessado em se divertir sem se importar com a música e com uma fila do cão na saída, vá lá ver.

Endereço: Rua Congonhas, 487
Bairro Santo Antônio
31 3296 5942

P.S: Se não entender a referência da foto, não banca a bicha burra e procura saber.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Ano Novo (?)


Confesso que o ócio é que me faz escrever nesse segundo dia do ano, naturalmente sobre coisas de fim/início de ano que a gente sempre diz e reflete e deseja. Por enquanto não traçamos quase nada para este blog em 2009, continua como repositório de textos sem periodicidade. 2009, por sinal, é Ano Internacional da Astronomia, quem sabe as estrelas tragam mais respostas sobre nossa vida na Terra?

Enfim...Chega de poesia barata.

Queria dizer que não gostei da fala do papa Bento XVI no fim do ano passado em prol do salvamento de gays.
Assisti a declaração no Jornal Nacional, em casa, enquanto meus pais estavam na igreja. Primeiro fiquei preocupado com o efeito das palavras dele, depois restou apenas uma indignação que sempre esteve no rol dos meus sentimentos contra ele.

Me entristece o fato de sermos escolhidos como as bruxas do século XXI, quando a Igreja não consegue manter a mesma influência de antes, não convence as pessoas com o mesmo ardor e precisa de novos inimigos. É preciso entender que embora o alvo sejam os homossexuais, a humanidade é que é atingida, fica mais intolerante, menos diversa. Crianças feridas em Gaza, no Sudão, gays e lésbicas perseguidos no Oriente Médio ou nas ruas de São Paulo, tudo isso tem a mesma origem: falta de compreensão das diferenças.

Momento "I have a dream": Eu bem queria começar o ano pensando só nos meus probleminhas, sabe? Emprego, academia, relacionamentos, etc. Mas ainda estamos em um mundo em que a visão estreita de poucos atrapalha a vida de muitos. No mais, Feliz 2009 para todos, todas e transgêneros!!!


P.S: Esse blog ainda não aderiu ao acordo ortográfico. A falta de acentos, se for o caso, é erro mesmo.