quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Mapa LGBT de Belo Horizonte

No final de julho, conversamos com o pesquisador Luiz Morando, que lança em setembro o livro “Paraíso das maravilhas: uma história do crime do parque”. A obra conta a história verídica de um assassinato ocorrido no parque municipal no final da década de 40, envolvendo homossexuais. Morando nos passou uma lista com lugares para o público gay que existem ou já existiram em Belo Horizonte desde a década de 50. Estamos transferindo os dados para um mapinha. Confira um pedaço da viagem no tempo:


Exibir mapa ampliado

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Bar Banzai

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Como em qualquer outro bar de BH, fala-se muito alto no Banzai, assim como bebe-se muita cerveja. A diferença desse local em relação a outros é o número de pessoas do lado de fora do armário. Um festival de tipos: homens masculinos, efeminados, meio-termo, travestis, mocinhas sapatilhas e dykezonas. Mesas em abundância dentro e fora do boteco estão constantemente lotadas. Localizado na esquina da Avenida Augusto de Lima com a Rua Padre Belchior, no centro, o Banzai funciona 24 horas por dia.

O lugar é utilizado para o esquenta antes de seguir para a Amici, boate que fica do outro lado da rua, ou para outras casas da região. Parece que só um garçom atende as dezenas de mesas apertadas na calçada e na beira da rua. "Um minutinho, colega", diz o garçom em meio às reclamações. Além de bebidas, o lugar também serve comida de buteco. Optamos por pedir espetinhos de carne de boi e de frango, que chegaram bastante tempo depois, com as carnes fora do espeto, em pratos, afogadas na gordura. A porção de frango frito da mesa de lésbicas ao lado nos pareceu bem mais apetitosa.

No meio disso tudo, uma travesti fantasiada de super-herói/heroína fazia campanha para um vereador. A trava falou que o candidato não é gay, mas soltou um risinho de desconfiança. Acompanhando o movimento, deixamos o Banzai pouco depois das 10 horas para seguir até a Amici, naquele sábado, quem entrasse antes das 11 não pagava entrada. Enquanto sentávamos na sarjeta esperando o volume da fila aumentar, uma pequena multidão saiu apressada de dentro do Banzai. Alguns instantes depois, dois homens passavam por nós comentando que alguém tinha dado uma garrafada na cara de outro em uma discussão. Em poucos minutos, a polícia parou em frente ao bar, mas ninguém desceu do camburão. Rapidamente as pessoas repovoaram o Banzai e não confirmamos a versão da história.

Quer conferir?
Bar Banzai: Avenida Augusto de Lima, 550B - Centro.
(tenha paciência para conseguir sentar).

Fora da casinha e o projeto experimental

Nosso projeto de conclusão de curso de Comunicação é um livro-reportagem sobre as tribos LGBT de BH. A idéia é mostrar que essas redes de amizade servem de suporte para a expressão da sexualidade. Contaremos por aqui algumas de nossas aventuras em busca de histórias. Pra começar vamos falar dos lugares que percorremos. Você pode ler pra matar a curiosidade ou então pra saber aonde ir mesmo (ou não ir).

* Fora da casinha é uma expressão utilizada para designar pessoas fora do armário, ou seja, que já assumiram sua orientação sexual para a sociedade.