O Estação 2000 evoca outros tempos que não este século. O salão principal abriga um bar, a pista de dança que possui palco e um ambiente com mesas e cadeiras. Ao fundo do palco, a imagem em grande escala do logotipo da boate, uma locomotiva, dá personalidade ao ambiente. A composição dos espaços lembra um cabaré da década de 60, daqueles vistos em minisséries e filmes nacionais, em tons de abajur cor de carne.
Durante a semana, a boate recebe travestis e drag queens para apresentações de dublagem. Aos sábados, dois cantores se revezam no palco do Estação. A performance dos dois reforça a sensação de não estar no presente, o que não é necessariamente ruim. Acompanhados da batida de um karaokê, Ângela Evans e Wellington Faria cantam sambas tradicionais, músicas sertanejas, clássicos da MPB e os últimos sucessos de Beyoncé ou Rihanna em versões alternativas e até remixadas.
No início da noite, o clima é de reunião de amigos que se conhecem por mais de uma década ou encontros na mesa de bar, homens acima dos 30 anos debruçados sobre o balcão bebericam enquanto conversam. As mesas nos cantos da pista de dança abrigam os mais observadores. Pouco antes da meia noite a boate começa a esquentar e ganhar traços de balada gay. O público se multiplica, a música anima a pista e tem início a jogação – de braços, pernas, cinturas e cabelos, ainda que algumas vezes escassos.
O Estação tem forte apelo para quem procura paquera e pegação, a entrada costuma ser barata em relação a outras casas e o público, mais maduro. A partir das duas da manhã o limite máximo de lotação favorece ainda mais as interações físicas.
No fim da nossa visita, avistamos um padre ortodoxo circulando faceiro entre a massa do Estação.
Estação 2000
Avenida Barbacena, 823
Barro Preto - BH