segunda-feira, 2 de março de 2009

A tradicional família gay mineira


Já falei que odeio a família mineira? Na verdade, não odeio essa história de pai, mãe, irmão, etc. Fui criado numa dessas. O que irrita na verdade é a representação da tal Tradicional Família Mineira. Quem vive por essas terras sabe do que estou falando. Os jornais sempre estão carregados de fotos bonitinhas reunindo a linhagem familiar de pai, mãe, filha, que provavelmente já está prometida para algum fulano e em breve vai casar com pompas e tudo mais. Qualquer vídeo sobre o estado mostra pessoas muito felizes em suas casas ostentando pratos típicos, passando manteiga no pão, sempre com uma musiquinha calma, porque mineiro não se desespera, enquanto a câmera atravessa a janela e segue montanha acima.

Outro dia, inclusive, estava comentando com um amigo que se alguém de fora visse Minas pelo Terra de Minas, programa semanal da Rede Globo, imaginaria que no estado só houvessem senhoras na casa dos 50, que assam pão de queijo para os outros habitantes, os netinhos. 

Pois bem, disse tudo isso só para lançar uma proposta radicalzinha. Calma, não quero acabar com a família mineira nem com o pão de queijo. A proposta é a seguinte, mano: que tal incluir outros grupos nessa instituição? Óbvio que estou falando dos LGBT's, que também se alimentam de comidas típicas, são desconfiados e se deixar, também se casam bonitinho. Não estou querendo que entremos de cabeça na heteronormatividade (oi?) de seguir os modos consagrados de amor. Só estou pedindo pra colocarem a gente na fotinha e mostrar que também existimos. Ok, talvez seja preciso fazer alguma concessão. Eu estou fazendo a minha parte: já comprei mils pacotes de pão de queijo congelado.

3 comentários:

BHY disse...

Olá,

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Obrigado!

Rosa Ninguém disse...

Concordo contigo. A tradicional família mineira e o tanto de coisas reais que ela deixa de mostrar, é muito engraçado isso mesmo, é como se não existisse a possibilidade de haver alguém gay na família. Mas no fim quando se começa a tirar as colchas bordadas se encontra tanta coisa escondida embaixo... também acho que está na hora de repensar essa "tradição" que na verdade se confunde com o preconceito... valeu.

Anônimo disse...

HAHAHAHA, ótimo. já tinha pensado nisso, adorei o texto. vamos desenvolver essa ideia.